Mortalidade por Aids no Estado de São Paulo é a mais baixa em 20 anos
ESTADÃO
A Secretaria Estadual de Saúde divulgou um novo balanço sobre a situação da aids no Estado de São Paulo. De acordo com o novo boletim epidemiológico, com base nos dados da Fundação Seade, a mortalidade pela doença atingiu o menor nível dos últimos 20 anos. O índice de 2009, 7,8 óbitos por 100 mil habitantes, é maior apenas que o índice de 1989, quando foram registradas 5,5 mortes por 100 mil habitantes.
De acordo com os dados, ocorreram no ano passado 3.230 mortes por aids no Estado, ante 3.356 em 2008. Entre os homens, o índice caiu de 11,1 mortes por 100 mil habitantes para 10,5; entre as mulheres, de 5,4 para 5,2.
Em nota, a coordenadora do Programa Estadual DST/Aids, Maria Clara Gianna, explica que "esta redução se deve a uma série de fatores, em especial à introdução das novas terapias antirretrovirais de resgate nos últimos dois anos e ao incentivo ao diagnóstico precoce de HIV por intermédio das campanhas de testagem gratuita".
Em 2009, foram registrados 4.727 novos casos de HIV, ante 6.573, em 2008, e 6.378, em 2007. Ainda segundo o levantamento, houve relativo aumento de transmissão de HIV/Aids entre homossexuais masculinos. Em 2009 foram 802 casos, contra 871, em 2008, e 776, em 2007.
De acordo com o balanço, desde 1980, entre os 120.927 casos de aids notificados em homens, 34.055, ou 28,2%, ocorreram em homens homossexuais. Entretanto, nos últimos dez anos, a participação proporcional de casos registrados nesse grupo entre o total de casos em homens cresceu de 24,1%, em 2000, para 35,3%, em 2009.
1º/12/2010 - 07h43
Farmácias já deixam de vender antibiótico pela internet
FOLHA.COM
A resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que exige retenção de receita para a venda de antibióticos passou a valer neste domingo (28). Mas algumas redes de farmácias que vendem pela internet se anteciparam e bloquearam a compra dos medicamentos já na última sexta-feira.
No site da Farmadelivery, o aviso de medicamento controlado foi colocado ainda na quinta-feira. No mesmo dia, as vendas foram canceladas. O mesmo deve acontecer com as transações por telefone, segundo informou a assessoria de imprensa da rede.
Nas drogarias Onofre, na sexta-feira, também já não era possível comprar antimicrobianos. Ao tentar comprar o remédio, o cliente é informado que a droga só é vendida no balcão da farmácia.
De acordo com Marcia Gonçalves Oliveira, coordenadora do SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados) da Anvisa, a venda pela internet ou por telefone não passa a ser proibida com a resolução, no entanto, é preciso que o controle e a retenção de receita sejam feitos da mesma forma.
"A farmácia tem de fiscalizar a receita, ficar com uma via, entregar outra à pessoa e só depois pode entregar o medicamento. Não há uma proibição específica, como no caso de medicamentos de tarja preta."
Algumas redes ainda não decidiram como irão proceder com o serviço de entregas para antibióticos. "Não é proibido, mas é difícil para a farmácia fazer todo o procedimento", diz.
29/11/2010 - 07h35
Violência contra mulheres atinge "proporções epidêmicas", diz Unesco
AGÊNCIA EFE/FRANÇA
PARIS - A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) declarou nesta quarta-feira, 24, que a violência contra as mulheres atinge "proporções epidêmicas", visto que uma em cada três no mundo foi objeto de violência física, manteve relações sexuais forçadas ou foi vítima de maus tratos ao longo da vida.
Por isso, a Unesco planejou uma semana de eventos em torno desse problema, entre os quais uma conferência sobre "A mulher, a água e o desenvolvimento sustentável na África", no escritório de Paris.
Segundo a entidade, a comemoração do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, nesta quarta, "nos lembra as proporções epidêmicas que esse problema de nefastas consequências para a saúde e o bem-estar pessoal das mulheres está tomando, assim como para o desenvolvimento social e econômico em geral".
A violência contra as mulheres constitui uma "violação inadmissível de seus direitos e liberdades fundamentais", declarou a diretora geral da Unesco, Irina Bokova.
25/11/2010 - 08H12
Brasil é referência, mas Aids cresce na Região Norte, diz Unaids
GLOBO.COM
O Relatório Mundial da Epidemia de Aids 2010, elaborado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), divulgado nesta terça-feira (23), afirma que "esforços precoces e continuados de prevenção e tratamento do HIV conseguiram conter a epidemia" de Aids no Brasil.
De acordo com o coordenador da Unaids no Brasil, Pedro Chequer, o Brasil continua sendo referência na prevenção e no tratamento da Aids, porém, ainda há problemas, tais como o aumento do número de casos na Região Norte do país.
Os dados detalhados sobre o Brasil serão divulgados somente no dia 1º dezembro, mas Chequer fez nesta terça uma análise sobre a situação do país. "A Região Sudeste apresenta tendência de queda e no Brasil como um todo a epidemia está estável, mas continua aumentando no norte do país", disse Chequer.
"O norte do país apresenta uma situação adversa, que exige por parte dos governos da região, e com apoio e mobilização do governo federal, [esforço] no sentido da reversão", explicou.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, a taxa de incidência (por 100 mil habitantes) de casos de Aids notificados na Região Norte passou de 15,4, em 2007, para 18,6, em 2008.
Chequer avalia que o problema está na utilização dos recursos. "Eu diria que o problema está mais na execução, a partir de alguns estados e municípios que precisam refletir politicamente e verificar sua capacidade instalada no sentido de utilizar o recurso que o governo federal coloca à disposição", afirmou.
Ele apontou como causas para o aumento dos casos de Aids no norte do Brasil "dificuldades físicas" e a presença "um pouco tênue" do Sistema Único de Saúde (SUS) na região. "Há necessidade realmente de uma revisita de agenda política na Região Norte no sentido de reverter esse quadro". Sobre os governantes dos estados da Região Norte, Chequer afirmou que "há necessidade de sensibilizá-los mais" sobre a prevenção e tratamento da Aids.
De acordo com Chequer, há programas de Aids estabelecidos em 600 municípios do Brasil, o que segundo ele equivale a a 90% da população. "Agora há necessidade de expandir esses serviços para os pequenos municípios e facilitar o acesso ao teste e diagnóstico", afirmou.
O diretor do programa de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, afirmou que o Brasil "se destaca, mas o sucesso não é completo". Segundo ele, o número de infectados no país está estabilizado, porém em um um patamar alto.
No Brasil, cerca de 600 mil pessoas estão infectados com o HIV, segundo Chequer. Este número mantém-se estável desde o ano 2000.
Sobre o aumento do número de casos de Aids na Região Norte, Greco explicou que "há um processo de inequidade no país".
24/11/2010 - 07H28
Cirurgia de catarata fica mais precisa
Pesquisadores nos EUA desenvolveram uma maneira mais rápida e limpa para remover a catarata combinando a precisão do corte a laser com uma nova técnica de imagem tridimensional.
Ao contrário de lasers convencionais, que derretem e fervem o alvo, foram usados lasers de femtossegundo, que operam em pulsos breves de alta energia de luz -de um milionésimo de um bilionésimo de segundo- que transformam o alvo em plasma sem danificar os tecidos em volta.
Divulgação
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Imagem tridimensional feita por variações de reflexão da luz produz
incisões mais precisas em nova cirúrgia para catarata
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Associado com a técnica chamada tomografia de coerência óptica, o resultado foi a produção de incisões doze vezes mais precisas do que pela cirurgia tradicional.
Foram feitas 29 cirurgias de catarata pelo novo método e comparadas a 30 outras feitas manualmente.
A catarata, uma opacidade da lente do olho, o cristalino, é um dos problemas óticos mais comuns. Ela surge com o envelhecimento ou graças a doenças, como o diabetes.
"Cerca de um terço das pessoas no mundo desenvolvido vai fazer a operação em algum momento da vida", escreveram os autores do estudo no artigo demonstrando a técnica, publicado na revista médica "Science Translational Medicine".
A técnica de imagem tem por base as variações de reflexão da luz nos diferentes tipos de tecidos vivos. Uma parte da luz refletida pelo olho pode ser recriada em uma imagem tridimensional do tecido, mostrando exatamente os limites do círculo formado pela catarata que devem ser cortados.
O estudo foi feito com um equipamento desenvolvido pela empresa OptiMedica chamado Sistema de Laser de Precisão Catalys, conjuntamente com pesquisadores universitários.
"O sistema simplifica muito a cirurgia de catarata, eliminando a questão da habilidade cirúrgica", disse à Folha o líder do estudo, Daniel Palanker, da Universidade Stanford, Califórnia.
O físico explica que o sistema faz uma imagem tridimensional do olho e alinha os padrões de corte com o tecido, que irá produzir uma capsulotomia -incisão circular no cristalino- no tamanho e local desejados, e cortar segmentos da lente em pequenos pedaços antes de sua remoção.
"Isso faz com que o trabalho do cirurgião seja muito mais fácil; ele só precisa remover os pedaços e implantar a lente artificial intraocular", continua Palanker.
Depois de fragmentado, o cristalino é aspirado, um processo chamado facoemulsificação, que envolve o uso de ultrassom; a equipe demonstrou que a nova técnica permite reduzir em 40% a energia do ultrassom.
"O laser facilita a operação tornando-a mais segura e mais reprodutível. O aprendizado real de como operar com o laser é mais fácil do que aprender a executar as etapas cirúrgicas que o laser automatizou", disse à Folha um dos cirurgiões da equipe, Neil Friedman, também de Stanford, e um dos 16 coautores do artigo científico.
A OpticaMedica, empresa baseada em Santa Clara, Califórnia, foi quem financiou o estudo. Palanker e mais seis coautores têm participações no capital da empresa, enquanto sete coautores são funcionários da empresa.
"A OptiMedica espera lançar o sistema Catalys nos EUA e nos mercados internacionais em 2011", disse a porta-voz da empresa, Laura Nobles, que não quis falar quanto a operação vai custar.
O mercado é enorme: a catarata é a cirurgia mais realizada nos EUA, em média 1,5 milhão anualmente.
22/11/2010 - 08h24
Doença faz mulher de 60 anos ter pele de 40
AGÊNCIA BBC BRASIL
Um distúrbio responsável pela produção de colágeno em excesso fez com que uma britânica de 61 anos tivesse a pele de uma mulher de 40 anos.
Moradora de Colchester (leste da Inglaterra), Susan Johnson --cujo caso foi revelado pelo jornal "Daily Gazette"-- sofre de uma rara doença chamada esclerodermia.
O distúrbio, que provoca um endurecimento anormal da pele, com perda de flexibilidade e mobilidade, ocorre quando o corpo produz colágeno (a proteína que nos faz parecer jovens) além da conta.
Muitas mulheres gastam milhares de reais em injeções de colágeno para melhorar o aspecto de sua pele e de seus lábios. A proteína também está presente em boa parte dos cremes antienvelhecimento.
Mas, embora o distúrbio deixe Johnson com pele firme no rosto, mãos, pescoço e pés, ele também causa fortes dores e o inchaço de suas juntas.
"Não tenho nenhuma pele solta nos meus braços, então carregar sacolas ou fazer compras é muito doloroso, e não tenho forças neles para me levantar da banheira", disse ela ao "Daily Gazette".
"Mesmo descascar uma batata pode ser difícil, já que os meus dedos são dobrados."
CLIMA ÚMIDO OU FRIO
Segundo Johnson, suas dores se intensificam ainda mais quando o clima está úmido ou frio. Ela conta que descobriu a doença no último inverno, quando a temperatura caiu e seus dedos começaram a formigar, além de ficarem azulados e avermelhados.
Inicialmente, os médicos acharam que Johnson sofria do fenômeno de Raynaud, distúrbio que impede que o sangue alcance os dedos das mãos e dos pés com a mudança de temperatura.
Mas, após passar por exames num hospital em Londres, ela foi diagnosticada com esclerodermia.
Os sintomas do distúrbio que acomete Johnson são semelhantes ao do reumatismo, mas a esclerodermia pode também afetar órgãos internos.
No caso da britânica, porém, só a pele foi afetada.
"Tenho 61 e digo ao meu marido, Keith, que parece que ele está casado com uma mulher de 30 anos", diz ela.
TRATAMENTO
Para tratar a doença, que afeta três vezes mais mulheres do que homens, Johnson recorre diariamente a esteroides, remédios para circulação sanguínea e imunossupressores.
Não há causas conhecidas para a esclerodermia, mas sabe-se que ela não é contagiosa nem hereditária e que costuma se manifestar entre os 25 e os 55 anos.
Por enquanto, ela não tem cura, apenas um tratamento que alivia os seus sintomas.
18/11/2010 - 07H40
Bebidas energéticas aumentam risco de alcoolismo
AGÊNCIA FRANCE PRESSE
O consumo regular de bebidas energéticas com altos índices de cafeína favorecem o alcoolismo, revela um estudo publicado na terça-feira (16).
A pesquisa, baseada em cerca de mil estudantes de universidades americanas, concluiu que consumidores frequentes de energéticos cafeinados bebem álcool mais regularmente e em maior quantidade que os demais, aumentando seu risco de alcoolismo.
Os consumidores frequentes de bebidas energéticas correm ainda mais risco de sofrer problemas relacionados ao álcool, como desmaios e ressaca, e são mais suscetíveis a se machucar, revela o estudo, liderado por Amelia Arria, pesquisadora da Universidade de Maryland.
O trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre o alcoolismo, que será divulgada no próximo ano.
O relatório é divulgado em meio a um intenso debate nos Estados Unidos sobre os riscos de bebidas que combinam álcool e cafeína e são especialmente direcionadas aos jovens.
Michigan, Nova York, Oklahoma, Utah e Washington preparam medidas que proíbem bebidas que combinam cafeína ao álcool, do mesmo modo que muitas universidades americanas.
18/11/2010 - 07H37
Adolescentes que comem menos sal viram adultos mais sadios
FOLHA DE SÃO PAULO
A redução de 3 g no consumo diário de sal na adolescência reduz significativamente o risco de doenças cardíacas e derrames na idade adulta, disseram pesquisadores no domingo.
Com a ajuda de computadores, os cientistas projetaram que a redução de 3 g no consumo diário de sódio por adolescentes pode reduzir a hipertensão em 30% a 43% posteriormente.
A hipertensão é uma doença comum, que pode passar anos sem causar sintomas, mas acaba acarretando problemas graves, inclusive infartos e derrames.
Adolescentes que consomem menos sal também têm outros benefícios quando chegam aos 50 anos: redução de 7% a 12% nas doenças coronarianas, de 8% a 15% na incidência de ataques cardíacos, e de 5% a 8% na incidência de derrames, segundo dados apresentados na semana passada numa reunião da Associação Americana do Coração, em Chicago.
A entidade recomenda que o consumo diário de sódio seja limitado a 1,5 g. Os adolescentes norte-americanos consomem em média 3,8 g --mais do que qualquer outra faixa etária.
Alimentos industrializados costumam conter muito sódio. Um saco de Doritos de queijo, por exemplo, tem 0,31 g. A pizza é um dos piores vilões para o consumo excessivo de sal entre adolescentes, segundo o Centro Nacional de Estatísticas da Saúde.
"O benefício adicional de um menor consumo de sal prematuramente é que podemos, assim esperamos, alterar as expectativas sobre que sabor os alimentos deveriam ter, idealmente para algo ligeiramente menos salgado", disse Kirsten Bibbins-Domingo, principal autora do estudo e professora-associada de Medicina e Epidemiologia da Universidade da Califórnia, em San Francisco.
"A maior parte do sal que comemos não vem do nosso saleiro, mas é sal já incorporado à comida que comemos", acrescentou.
17/11/2010 - 09h27
EUA propõem novos anúncios com advertências em maços de cigarro
AGÊNCIA FRANCE PRESS
Autoridades de saúde dos Estados Unidos propuseram nesta quarta-feira uma série de novos anúncios com desenhos coloridos nos maços de cigarro para advertir sobre os danos que o tabagismo pode causar, informou o FDA --agência de controle de alimentos e medicamentos.
A agência receberá sugestões da população até 9 de janeiro de 2011, antes de escolher os "nove textos de advertência maiores e mais notáveis, assim como a cor das imagens gráficas que representam as consequências negativas para a saúde do hábito de fumar", afirmou em um comunicado.
Até outubro de 2012, as novas advertências estarão impressas em todos os maços de cigarro distribuídos nos Estados Unidos, assim como em todas as propagandas publicitárias de cigarros.
"Hoje, a FDA toma uma iniciativa crucial para reduzir o balanço enorme de doenças e mortes causadas pelo tabagismo, propondo uma mudança drástica na forma de apresentar os maços de cigarro e os avisos publicitários neste país", declarou a comissária do FDA, Margaret Hamburg.
"Quando a norma entrar em vigor, as consequências do tabagismo serão mais óbvias cada vez que alguém pegar um maço de cigarro."
Cerca de 443 mil pessoas morrem por ano nos Estados Unidos devido ao consumo de tabaco, tornando-se a principal causa de morte prematura e evitável, afirma a FDA.
ADVERTÊNCIAS
O FDA divulgou quatro propostas de imagem para cada advertência de saúde nas embalagens de cigarros. Uma delas será escolhida até 9 de janeiro de 2011. Veja as nove frases referentes às ilustrações:
ATENÇÃO: Cigarros viciam.
ATENÇÃO: Fumaça do tabaco pode prejudicar seus filhos.
ATENÇÃO: Cigarros causam doença de pulmão fatal.
ATENÇÃO: Cigarros causam câncer.
ATENÇÃO: Cigarro causa AVC e doença cardíaca.
ATENÇÃO: Fumar durante a gravidez pode prejudicar seu bebê.
ATENÇÃO: Fumar pode matar.
ATENÇÃO: Fumaça do tabaco causa doenças pulmonares fatais em não fumantes.
ATENÇÃO: Parar de fumar agora reduz riscos graves para a saúde.
11/11/2010 - 08h46
Exame de imagem preventivo reduz em 20% as mortes de fumantes por câncer de pulmão
AGÊNCIA REUTERS
Exames anuais de tomografia computadorizada espiral diminuem em 20% as mortes de fumantes por câncer de pulmão, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira.
A tomografia é um tipo de raio-X que fornece uma imagem mais completa do pulmão e consegue detectar tumores mais cedo, antes que se espalhem, segundo a equipe de cientistas patrocinada pelo Instituto Nacional de Câncer, dos EUA.
A pesquisa, que envolveu mais de 53 mil fumantes e ex-fumantes, descobriu que as tomografias foram melhor na detecção de tumores do que as radiografias.
Críticos temem que os fumantes possam ficar menos motivados a parar com o vício se acreditarem que os exames preventivos podem salvar suas vidas, caso tenham câncer.
Os fumantes, de meia idade ou idosos, foram submetidos a três tomografias por ano ou a uma radiografia anual a partir de agosto de 2002. Eles foram acompanhados por cinco anos.
Até o mês passado, 354 pessoas do grupo das tomografias já tinham morrido de câncer no pulmão. No grupo do raio-X, 442 morreram. O risco de morte foi 20,3% menor entre os pacientes que fizeram tomografias.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta pode salvar milhares de vidas. O câncer de pulmão é o que mais mata no mundo todo (1,2 milhão de pessoas ao ano) e deve ser responsável por 157 mil mortes nos EUA só neste ano, segundo a Sociedade Americana de Câncer.
Se a doença é detectada em estágio inicial, o tumor pode ser curado cirurgicamente. Mas os sintomas são vagos e, em geral, o diagnóstico só acontece quando o tumor já se espalhou. Só 15% dos pacientes vivem mais do que cinco anos.
05/11/2010 - 07H30
Brasileiros não conhecem sintomas da pneumonia, segundo Datafolha
FOLHA DE SÃO PAULO
Uma pesquisa encomendada pela SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) ao Datafolha levantou que os brasileiros desconhecem os males importantes da pneumonia --a principal causa de morte por doença infecciosa no mundo.
No país, o problema é a principal razão de internação hospitalar no SUS (Sistema Único de Saúde) --com a exceção de questões ligadas à gestação-- totalizando 900 mil casos por ano. Segundo o Datasus, 45.500 brasileiros morreram em 2009, sendo que mais de 70% deles tinham mais de 60 anos.
O estudo inédito, batizado de "Saúde Respiratória e do Pulmão", tem como objetivo quantificar o tamanho da desinformação e alertar não apenas a sociedade, mas também autoridades para este problema de saúde pública.
Foram entrevistados 2.242 brasileiros com 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas.
DESCONHECIMENTO E MORTALIDADE
De acordo com a pesquisa, a população não apenas desconhece a pneumonia, como em geral não conhece os sintomas, as formas de prevenção, os agravantes ou o médico que deve ser procurado em casos de suspeita.
"O principal fator responsável pelo agravamento da pneumonia é o atraso do início do tratamento. A demora em procurar o médico, a automedicação ou a realização de exames inadequados levam a quadros mais graves e até mesmo à morte", alerta Jussara Fiterman, presidente da SBPT.
Este atraso pode ser a origem de tantas hospitalizações e mortes no país. Apesar disso, nenhum destes fatores foram citados na pesquisa. Entre os 2.147 entrevistados que afirmaram conhecer a pneumonia, 6% não souberam citar um único fator que pode aumentar o risco de uma pessoa adquirir ou agravar a doença. Dos demais, 67% citaram clima frio ou úmido; 46% fumaça de cigarro; 42% ar-condicionado ou ventilador; 37% pó ou poeira; 36% poluição; 9% hereditariedade; 6% sedentarismo e 2% consequência de gripe mal curada.
"O que causa a pneumonia é a infecção por vírus ou bactéria, que originam as pneumonias viral e bacteriana. Ambas as versões são agravadas, basicamente, pelo atraso no início do tratamento, pois a maioria dos casos responderia muito bem aos medicamentos", explicou Fiterman.
A mortalidade ainda aumenta 20%, caso o antibiótico correto não seja dado nas primeiras seis horas do início dos sintomas plenos.
Por esta razão, reconhecer os sintomas e procurar o médico pode ser determinante no sucesso do tratamento. No entanto, 23% dos entrevistados que afirmam conhecer a doença não souberam citar um único sintoma. Os mais citados foram dores no peito, pulmões, tórax e nas costas (37%); calafrios (35%); tosse seca e contínua (31%); falta de ar (23%); e mal estar e indisposição (19%).
Numa situação hipotética de suspeita da pneumonia, 40% não saberiam a que médico recorrer. Os demais, 33% iriam a um clínico geral; 25% ao pneumologista --médico especialista na saúde respiratória; 1% ao infectologista; 1% ao "especialista em pulmão" e 1% ao otorrinolaringologista.
A desinformação não para por aí. O diagnóstico da doença também é mistério a maioria dos brasileiros. Além do exame clínico realizado pelo médico em consultório, o raio-x é suficiente para diagnosticar a doença e iniciar o tratamento com medicamentos. Apenas 29% apontaram a escuta do pulmão, e pouco mais da metade (58%) optaria pela radiografia. Todas estas respostas foram dadas depois de visualizar uma lista de diversos exames utilizados pela pneumologia para os diversos males do sistema respiratório. Foram citados, equivocadamente, tomografia (26%); teste do escarro ou baciloscopia (15%); broncoscopia (8%); teste do sopro ou espirometria (6%); e teste subcutâneo de Mantoux (2%). Cerca de 18% não souberam citar um único exame.
MITOS E VERDADES
A Pneumonia está relacionada a dois grandes mitos das doenças respiratórias:
Resultados de gripe mal curada
Para 2% dos entrevistados, a pneumonia é resultado de uma gripe mal curada. "Não existe gripe mal curada, o que existe é um indivíduo fragilizado por uma gripe, com resistência baixa, mais suscetível a diversas doenças, entre elas a pneumonia, pois a gripe diminui as defesas do organismo, inclusive do aparelho respiratório", explica a médica. Com isso, as bactérias chegam com mais facilidade e se instalam, fazendo uma doença subsequente.
"A gripe é autolimitada, vai se curar sozinha, mas nessa trajetória deixará as barreiras abertas para a bactéria entrar. O sistema imunológico, por sua vez, não presta atenção na bactéria porque está ocupado com o vírus". O mesmo aconteceu recentemente com a gripe suína. Muitas das vítimas desta gripe tiveram suas mortes causadas por pneumonia bacteriana. Esta infecção secundária se instalou durante o curso da gripe, foi agravada e acabou levando o paciente à morte durante o combate ao vírus H1N1.
Princípio de pneumonia
Esta é outra expressão bastante comum, mas sem nenhum fundamento. Como explica a Fiterman, não existe princípio da doença, visto que é uma infecção. Ou o indivíduo está infectado, ou não está. As bactérias causadoras da pneumonia existem normalmente nas vias aéreas, assim como no meio ambiente, mas o sistema imunológico geralmente as bloqueia e não adoecemos. Mas com a baixa imunidade elas podem nos levar à pneumonia, é a chamada pneumonia comunitária.
04/11/2010 - 09h25
Álcool é mais prejudicial do que a heroína ou o crack, diz estudo
AGENCIA BBC BRASIL
Um estudo britânico que analisou os danos causados aos usuários de drogas e para as pessoas que os cercam concluiu que o álcool é mais prejudicial do que a heroína ou o crack.
O estudo divulgado na revista científica "Lancet" classifica os danos causados por cada substância em uma escala de 16 pontos.
Os pesquisadores concluíram que a heroína e a anfetamina conhecida como "crystal meth" são mais danosas aos usuários, mas quando computados também os danos às pessoas em volta do usuário, no topo das substâncias mais nocivas estão, na ordem, o álcool, a heroína e o crack.
O cigarro e a cocaína são considerados igualmente nocivos também quando se leva em conta as pessoas do círculo social dos usuários, segundo os pesquisadores. Drogas como LSD e ecstasy foram classificadas entre as menos danosas.
APOLÍTICA
Um dos autores do estudo é David Nutt, que ocupou o cargo de principal conselheiro do governo britânico para a questão das drogas.
Após deixar o posto, no ano passado, ele formou o Comitê Científico Independente sobre Drogas, instituição que se propõe a investigar o tema de forma apolítica.
O professor Nutt afirma que "considerados os danos totais, o álcool, o crack e a heroína são claramente mais prejudiciais que todas as outras (substâncias)".
"Nossas conclusões confirmam outros trabalhos que afirmam que a classificação atual das drogas tem pouca relação com as evidências de danos", diz o estudo.
"Elas também consideram como uma estratégia de saúde pública válida e necessária o combate agressivo aos males do álcool."
03/11/2010 - 06h58
Estudo mostra como o cérebro se apaixona
Uma revisão de estudos feita na Syracuse University (EUA) revela quais partes do cérebro são estimuladas quando uma pessoa se apaixona. A professora responsável pelo estudo, Stephanie Ortigue, mostra que a paixão causa uma sensação de euforia similar à experimentada por alguém que consome cocaína e também estimula áreas intelectuais do cérebro. O processo de se apaixonar leva um quinto de um segundo.
De acordo com a professora de neurologia, a paixão é uma via de mão dupla entre o coração e o cérebro. Ela diz que a ativação de algumas partes do cérebro gera estímulos no coração e "frio na barriga".
Outros pesquisadores acharam níveis altos de fatores de crescimento de nervos no sangue de casais que haviam acabado de se apaixonar. Essa molécula é importante na química social humana e para o amor à primeira vista. "Isso confirma que o amor tem bases científicas", diz Ortigue.
Essas descobertas são importantes para pesquisas sobre saúde mental porque quando o amor não dá certo, pode haver estresse e depressão. "Entendendo como as pessoas se apaixonam e por que ficam com o coração partido, é possível usar novas terapias", afirmou Origue, em comunicado. "Médicos e terapeutas podem entender melhor as dores dos pacientes apaixonados."
O estudo mostra também as diferentes partes do cérebro que se apaixonam. O amor passional é detonado pela região do cérebro responsável pela sensação de recompensa e pelas áreas cognitivas com funções como a percepção da imagem corporal.
01/11/2010 - 07h49
Índice de suicídios no Brasil é problema de saúde pública, diz especialista
GUILHERME GENESTRETI
DA FOLHA EM FORTALEZA
No Brasil, 25 pessoas se matam por dia, fazendo do país o 11º colocado no ranking mundial de suicídios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
As informações foram divulgadas pelo psiquiatra Neury José Botega, professor da Unicamp, durante a 28ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que escolheu a prevenção do suicídio como um dos temas principais. O encontro, em Fortaleza, vai até sábado (30).
"A questão do suicídio é realmente um problema de saúde pública porque temos um alto índice de pessoas que estão passando por muito sofrimento e que poderiam ter sido ajudadas caso não tivessem se matado", afirmou à Folha.
Segundo ele, os dados de suicídio podem ser ainda maiores do que os divulgados oficialmente, já que não é raro que muitos casos acabem recebendo outra caracterização na certidão de óbito: "O medo de não receber o dinheiro do seguro pode fazer com que muitas famílias pressionem os médicos a atestar falência múltipla dos órgãos em vez de suicídio".
Botega afirma que o aumento dos casos de depressão e de consumo de álcool e drogas são sinais preocupantes e que podem justificar o aumento dos índices de suicídio, principalmente entre adultos jovens: "São pessoas entre os 25 e os 40 anos que estão numa fase produtiva da vida. A competitividade e a solidão nas grandes cidades são alguns dos pacotes de alta tensão social que favorecem a uma sensação de desamparo e aumentam as formas alternativas de sentir prazer, como recorrer às drogas e ao álcool."
Segundo ele, os sinais de que alguém está cogitando tirar a própria vida não podem ser ignorados: "Aqui não vale a máxima do 'cão que ladra não morde'. Muitas vezes a pessoa dá sinais, fala até mesmo vagamente em se matar, mas acaba não sendo levada a sério".
ESTRATÉGIA
O psiquiatra apresentou no congresso dados de uma pesquisa internacional realizada pela OMS de que ele participou, comparando estratégias de prevenção ao suicídio.
Ao todo, foram analisadas 1.867 pessoas que tentaram o suicídio em cinco cidades do mundo. Após terem alta do hospital, metade delas recebeu o tratamento usual --mero encaminhamento a um serviço de saúde-- e a outra metade teve um acompanhamento intensivo, com entrevistas motivacionais e contatos telefônicos periódicos por 18 meses.
Ao final do experimento, apenas 0,2% das pessoas que receberam acompanhamento intensivo chegaram a praticar o suicídio, taxa dez vezes menor do que no grupo que recebeu o tratamento usual.
"O contato telefônico periódico criava uma rede de apoio e ajudava a pessoa que já tinha tentado se matar a ressignificar o que havia acontecido na vida dela", diz.
30/10/2010 - 08H29
Pagar suas compras em dinheiro ajuda a não engordar
Michelle Achkar
TERRA.COM.BR
É conhecida a recomendação de não ir ao supermercado com fome. Além disso, é indicado deixar o cartão de débito ou crédito em casa. O ato não apenas evita gastos desnecessários como ajuda a manter a forma. Isso porque pode haver uma relação entre o crescimento da obesidade e a forma de pagamento das compras.
O dado é resultado de um estudo que analisou o comportamento de mil donas de casa, conduzido pelas universidades de Cornell e de Buffalo, nos Estados Unidos, e publicado no Journal of Consumer Research.
A explicação é a de que há uma relação entre hábitos não saudáveis e a impulsividade na hora de escolher os alimentos e pagamentos, comportamento observado na maioria das consumidoras que pagam com cartão.
Segundo os pesquisadores, pagamentos em dinheiro são mais dolorosos do que pagamentos em cartão e isso pode inibir ações não planejadas como a compra de produtos supérfluos.
A conclusão é a de que, com o crescimento dos casos de obesidade, não comprar por impulso pode ser um fator relevante para combater o problema.
28/10/2020 - 08h44